Os governos do Chile e Argentina iniciaram, no dia 17 de outubro, o processo de licitação internacional para a construção do túnel Água Negra. Um dos maiores projetos subterrâneos de integração binacional passará pela Cordilheira dos Andes, ligando a região chilena de Coquimbo e a província argentina de San Juan. O túnel também terá uma conexão com Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.
Haverá uma grande melhoria na conectividade entre os dois países, criando condições para transporte de mercadorias, de passageiros e principalmente impulsionando o desenvolvimento econômico e turístico da região. A ligação permitirá um canal de comunicação ligando os portos oceânicos do Pacífico (Coquimbo, Chile) e Atlântico (Porto Alegre, Brasil). O percurso deve agilizar o comércio de latino-americanos do Cone Sul (Mercosul e Chile) que precisa colocar sua produção para exportação no mercado mundial, principalmente nos mercados da Ásia-Pacífico.
O orçamento da obra está na casa de US$1,5 bilhão e foi aprovado com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Na capital trans-andina Santiago, uma cerimônia com autoridades dos dois países abriu o convite para a pré-qualificação das companhias concorrentes na execução da obra.
“Esta é uma expressão concreta da integração e unidade entre os dois países. Estamos em um momento ideal da relação bilateral “; discursou o Secretário de Estado do Chile após a reunião.
As empresas e os consórcios que passaram por este processo irão apresentar suas propostas em 2017 e em 2018. As que ganharem a concorrência, assinarão o contrato de 8 a 10 anos para executarem o projeto.
Com 14 quilômetros de extensão, estudos de engenharia estimam que a obra deve levar de até dez anos para ser totalmente concluída, contando com expropriações territoriais e a construção em si. O projeto inclui a construção de dois túneis principais paralelos, com duas faixas cada, que vão cruzar os Andes a cerca de 500 quilômetros ao norte de Santiago.
O túnel Água Negra deverá funcionar como um corredor bioceânico central que beneficiará os dois países e também a capital gaúcha, uma das zonas mais industrializadas do Brasil. Além disso, o projeto prevê a construção em uma altura inferior à da passagem atual da fronteira, o que garantirá o trânsito de veículos no Chile e na Argentina durante todo o ano. Atualmente, nevascas intensas do inverno austral muitas vezes impedem o tráfego de automóveis.
Fonte: Site Cada Minuto