Com o apoio do CBT, a empresa Herrenknecht AG promoveu, no dia 10 de outubro, o evento “Aspectos Práticos e Teóricos de Escavações com Tuneladoras TBM’s – Tunnel Boring Machines” em São Paulo. Os 74 participantes puderam conhecer mais sobre os principais tipos de escavações mecanizadas com o engenheiro Edson Peev e acompanhar os resultados das pesquisas da engenheira geológica doutora Daniela Garroux de Oliveira sobre a interação das tuneladoras EPB com os solos coesivos.
Edson Peev, membro atuante e ex-diretor do CBT, abordou o tema Principais Tipos de Escavações Mecanizadas com Tuneladoras. Peev apresentou os tipos de máquinas para escavação de túneis fornecidas pela Herrenknecht AG e quais situações requerem determinados equipamentos.
“As obras subterrâneas têm exigido túneis cada vez mais profundos, mais extensos e com diâmetros cada vez maiores, características que tornam a escavação mais complexa”, esclarece Peev. “Por isso, as novidades que trazemos da Herrenknechttch AG dão a garantia de que essas obras podem ser feitas com total segurança, em primeiro lugar, e com produtividade bastante alta e adequada”.
Em seguida, Daniela Oliveira falou sobre Tuneladoras de Frente Balanceada – EBP’s: Conceitos Gerais, Estimativa de Clogging e Fluidez de Solos Coesivos. Oliveira é doutora em engenharia geológica pela Universidade Queens, no Canadá, em parceria com a Universidade Ruhr Bochum, na Alemanha. A palestra apresentou resultados colhidos durante suas pesquisas envolvendo a interação das EBP’s com solos coesivos. O foco abordado foi o clogging, problema comum enfrentado durante escavações com tuneladoras quando solos argilosos grudam nas aberturas da cabeça de corte e demais ferramentas do equipamento, dificultando a escavação e aumentando os custos da obra.
Oliveira esclarece que a maioria das metodologias utilizadas para a caracterização do clogging foram definidas em países de clima frio. No entanto, para a engenheira geológica, a metodologia mais aplicada para a estimativa de ocorrência de clogging no Brasil, assim como em outros países de clima tropical, não é a ideal. “Percebi que as metodologias utilizadas foram criadas por profissionais que moram no hemisfério norte, que é de clima mais frio, temperado, enquanto o clima brasileiro é tropical, quente e com muita chuva – e isso implica em características distintas do nosso solo que influenciam não só na estimativa de clogging como em toda a escavação com tuneladoras ao longo destes solos típicos de clima tropical”, declara.
Por isso, Oliveira questionou tais soluções, propondo novas opções para estimar o clogging, assim como a previsão de fluxo dos solos coesivos, tanto no Brasil como em demais países de clima semelhante, como Malásia e Cingapura. “A ideia da minha tese surgiu de problemas encontrados no Brasil, mas no decorrer das pesquisas vi que faltava informação e conhecimento sobre como superá-los em toda a comunidade técnica”, contou. “Meu doutorado foi feito com a ajuda de toda a comunidade e acredito que consegui atingir o objetivo de desenvolver uma técnica que pudesse realmente ser utilizada nas obras aqui e em outros países, até mesmo os de clima temperado”.
Edson Peev, engenheiro sênior da Herrenknecht do Brasil, classifica como valiosa a parceria com o Comitê Brasileiro de Túneis. “O CBT tem um público muito específico que é ligado exatamente à área em que atuamos, portanto, é um público nobre para nós”, diz. “Toda iniciativa de fazermos eventos em conjunto é sempre bem-vinda. Sempre que o CBT tem alguma sugestão de evento, estamos dentro, com certeza”.