Os quatro túneis construídos na região da Serra do Cafezal da rodovia Régis Bittencourt contribuíram para reduzir os impactos ambientais da obra de duplicação naquele trecho de Mata Atlântica. A conclusão é do engenheiro Eneo Palazzi, ex-diretor superintendente e atual membro do Conselho de Administração da Concessionária Autopista Regis Bittencourt do Grupo Arteris.
Palazzi apresentou essa conclusão durante a palestra “Túneis da Serra do Cafezal”, realizada no último dia 19 de abril pelo Comitê Brasileiro de Túneis, em parceria com as empresas Arteris S.A. e Maffei Engenharia. O evento, que é parte do programa de palestras mensais do CBT, contou com a presença de 110 convidados.
“Por se tratar de um projeto realizado numa área coberta por florestas da Mata Atlântica, foi necessário restringir grandes movimentos de terra, como desmatamento e construção de aterros, que causariam grande impacto ambiental”, comentou o engenheiro. “Nesse contexto, os túneis foram uma ótima solução para minimizar os impactos ambientais da obra”.
Além disso, destacou, “o tráfego nesse trecho era feito em pista simples e justamente por isso era tão perigoso”.
Como explicou Palazzi, “em uma pista simples onde se trafega nos dois sentidos, são comuns as colisões de frente, que são os acidentes mais graves envolvendo automóveis e caminhões”. Além disso, por conta desse trecho ser tão sinuoso, também era comum motoristas perderem a direção dos automóveis ao fazerem uma curva. A duplicação resolveu uma série de problemas ligados à segurança.
“Uma obra de túnel, onde quer que seja construído, sempre chama muito a atenção da comunidade técnica”, declarou o engenheiro. “Neste caso, quatro deles foram construídos ao mesmo tempo em um projeto tão esperado como foi a duplicação do trecho da Serra do Cafezal, o que é de certa forma emblemático”.
Depois, foi a vez das apresentações dos engenheiros Willian Carreira e Bruno Scodeler, da Maffei engenharia, que falaram sobre aspectos técnicos da construção dos quatro túneis que fazem parte do projeto. Carreira e Scodeler abordaram a construção dos túneis, com destaque para os desafios e as soluções encontradas. Após as apresentações, o público pôde comentar e tirar dúvidas com os palestrantes durante a sessão de perguntas.
Duplicação do trecho da Serra do Cafezal
As obras de duplicação da estrada da Serra do Cafezal – trecho da Rodovia Régis Bittencourt (BR 116), que liga os estados de São Paulo e Paraná – foram entregues em dezembro de 2017. Último trecho não duplicado da BR-116 entre as cidades de São Paulo e Curitiba, a Serra do Cafezal era responsável por enormes congestionamentos. Sua pista sinuosa também favorecia um número inaceitável de acidentes por ano.
O trecho que conecta as cidades de Miracatu e Juquitiba, em São Paulo, conta agora com 39 pontes e viadutos, 12 passagens de fauna, quatro túneis e duas passarelas de pedestres em seus 30km de extensão. As extensões dos túneis que fazem parte do trecho são as seguintes: