O terceiro encontro do CBTym Talks aconteceu no dia 15/4 e teve como palestrante o engenheiro Enrique Vega Leon.
Realizado no dia 15/4, o terceiro encontro do CBTYM Talks recebeu o engenheiro Enrique Vega Leon para uma conversa descontraída sobre os desafios da carreira na área geotécnica. Peruano nascido em Lima, Vega Leon compartilhou suas experiências em obras de túneis e de mineração no Brasil, onde vive há 15 anos. Sócio-fundador da Tauri Engenharia, associada ao CBT, falou da importância do levantamento topográfico nas obras de túneis e em serviços de engenharia de alta complexidade.
O interesse pela engenharia civil
No encontro, o engenheiro contou que sempre quis atuar na área da construção civil. Foi incentivado pelo irmão mais velho, que formou-se administrador no Rio de Janeiro, a conquistar uma bolsa de estudos em engenharia civil e mudar-se para o Brasil. Já no seu primeiro estágio, passou a procurar oportunidades que lhe dessem experiência de obra.
“Meus colegas da faculdade chegavam de seus trabalhos com as botas cheias de barro, comentando das obras que estavam acompanhando. Pensei: ‘eu também quero isso! Quero sujar minhas botas de barro!’ Quis tanto que consegui”, contou o engenheiro. Na geotecnia, começou trabalhando no gerenciamento de obras de tubulões a ar-comprimido e logo passou a integrar a equipe da empresa Toniolo, Busnello, associada ao CBT.
“Como já tinha alguma experiência em geotecnia, pensei que atuar em obras de túneis seria mais fácil. Não foi”, admitiu Vega Leon, rindo. “Passei dias e noites estudando métodos de escavação e todos os conceitos relacionados à construção de túneis. Tudo a partir das necessidades e das oportunidades que surgiam”.
Dos túneis, passou a trabalhar na área de engenharia de minas, em Mato Grosso. A vivência no setor de mineração aumentou ainda mais sua bagagem de experiências e conhecimentos.
A Tauri Engenharia
Em 2014, Vega Leon passou a trilhar também um novo caminho: o de empresário. A fundação da Tauri Engenharia surgiu a partir da necessidade de criar uma empresa especializada em topografia de túneis e outros serviços de medição durante os trabalhos que Vega Leon executou em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, assim que chegou do Mato Grosso. Não havia até então uma empresa que pudesse auxiliá-lo nas tarefas que desempenhava.
“O centro de São Bernardo é uma região antiga, de alta densidade urbana e que conta com a presença de várias concessionárias de serviços públicos”, disse o engenheiro. “Essas empresas construíram sistemas de tubulações subterrâneas e precisávamos, lá, construir um poço e um túnel considerando todas essas estruturas”.
“Já contávamos com uma equipe de topografia para a obra, mas senti falta de uma empresa especializada em topografia de túneis, que pudesse gerar e entregar informações completas sobre o terreno, sobre o ambiente subterrâneo e também sobre as edificações ao redor”, contou Vega Leon. “Esses dados teriam auxiliado muito na tomada das decisões mais assertivas, além de ajudar a economizar tempo de obra. A Tauri Engenharia veio, então, para preencher esta lacuna no mercado”.
Topografia de túneis
Na live com os Young Members, Vega Leon respondeu a várias dúvidas dos participantes sobre as soluções que a topografia oferece às obras subterrâneas. O engenheiro comentou os tipos de equipamentos utilizados, quais são as inovações da topografia relacionada a túneis (como ferramentas, softwares e equipamentos), o uso da tecnologia BIM. Ele falou também da utilização de ferramentas como drones e satélites para monitoramento, além de refletir sobre o papel da tecnologia e dos softwares nas obras subterrâneas.
Na apresentação, mostrou fotos e comentou casos em que as soluções oferecidas pela topografia de túneis foram fundamentais para a boa execução das obras.
Assista aqui à transmissão completa: https://www.youtube.com/watch?v=KRMRAOa3IlY
Tecnologia como aliada
Para Vega Leon, a tecnologia precisa ser aplicada de forma inteligente. “Há casos em que a solução para um determinado problema não é tecnológica”, afirmou. “Por isso, procuro sempre conversar com os clientes para entender exatamente o que precisam e para quê”.
Ao mesmo tempo, o convidado defendeu o uso das ferramentas tecnológicas como um importante suporte ao trabalho dos profissionais à frente da obra. “Engenheiro civil não pode ser um ‘preenchedor’ de planilhas”, diz. “É preciso lançar mão das ferramentas tecnológicas existentes para dedicar-se a ser criativo, a resolver problemas e a criar soluções”.
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